Entre as doenças degenerativas mais comuns, que comprometem de forma crônica, progressiva e gradual as funções vitais do organismo, está o Mal de Parkinson. Estima-se que essa enfermidade atinja aproximadamente  4 milhões de pessoas ao redor do mundo e que esse número dobre até 2040.

Em função desses dados alarmantes, é importante que se conheça a doença, seus sintomas, diagnóstico e tratamentos, para que dessa forma seja possível se prevenir, detectar sinais em pessoas próximas e prestar auxílio.

O que é o Mal de Parkinson?

Como dissemos, o Mal de Parkinson é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, progressiva e crônica, que acontece em função de uma diminuição importante da dopamina, neurotransmissor responsável pela transmissão de mensagens entre as células nervosas.

A enfermidade, que acomete principalmente idosos com mais de 65 anos, tem como principal característica a perda do controle motor de forma gradual, iniciando com sintomas como tremores involuntários e rigidez muscular.

Suas causas ainda são desconhecidas e os sintomas só começam a se manifestar quando já há um comprometimento de aproximadamente 80% dos neurônios.

Porém, existem alguns aspectos em comum na maioria dos portadores da doença. São eles: idade avançada, histórico familiar, pacientes do sexo masculino, pessoas que sofreram traumatismo craniano ou tiveram contato com determinados agrotóxicos.

Quais são os principais sintomas da doença?

Os sintomas do Mal de Parkinson nem sempre são percebidos quando estão em fase inicial e podem ser confundidos até mesmo com alterações comuns do organismo em função da idade avançada. Porém, com o passar do tempo, esses vão se agravando e evoluindo, tornando-se cada vez mais evidentes e comprometendo de forma significativa a qualidade de vida do indivíduo.

Veja agora quais os sintomas que merecem atenção e podem ser um sinal da doença, que quando tratada com rapidez pode ter sua progressão diminuída:

Tremores

Os tremores aparecem na grande maioria dos casos de Mal de Parkinson e, no estágio mais inicial, podem ser desencadeados em episódios de estresse e ansiedade, evoluindo com o tempo.

Rigidez

A rigidez também  está presente na maioria dos pacientes com Mal de Parkinson. Essa pode ser definida pelo aumento da resistência ao esticar os músculos, tanto de forma bilateral quanto unilateral. Na maioria das vezes acontece nas extremidades do corpo, porém também pode acometer o tronco, causando deformidades posturais.

Congelamento

Um dos sintomas iniciais da doença é o congelamento, ou freezing, definido como uma súbita e passageira incapacidade de realizar movimentos, podendo causar instabilidades ou quedas.

Instabilidade postural

A instabilidade postural normalmente começa a acontecer quando a doença já está em um estágio mais avançado. Nesse caso, a postura fica flexionada, com a cabeça e o tronco voltados para frente. Em decorrência disso, caminhar e até mesmo olhar para frente se torna um desafio para o paciente.

Diminuição dos movimentos

A Bradicinesia, ou diminuição e lentidão nos movimentos, acomete a grande maioria dos pacientes com a Doença de Parkinson. Quando em estágio inicial, os indivíduos apresentam certa dificuldade em iniciar uma caminhada. Com o tempo, os passos se tornam curtos, os pés se arrastam e quase não são elevados durante a caminhada.

Apatia facial

Indivíduos com o Mal de Parkinson podem apresentar um olhar parado, uma expressão facial séria e com movimentos musculares mais raros. Isso independe da vontade e pode ser até mesmo ser confundido com antipatia e braveza, mas na realidade o que acontece é que dar um sorriso ou piscar os olhos requer um grande esforço por parte do paciente.

Hipofonia

Outro sintoma característico da Doença de Parkinson é o comprometimento da fala. Pessoas com a enfermidade em estágio mais avançado podem ficar com a fala mais baixa e abafada, progredindo para a total incompreensão.

Como é feito o diagnóstico do Mal de Parkinson?

O diagnóstico do Mal de Parkinson, infelizmente, é um verdadeiro desafio para os médicos. Isso porque não há um exame específico que o detecte, como os de sangue ou imagem. Por isso, alguns pacientes podem passar meses ou anos se contarem com uma análise correta e, com isso, deixarem de receber o tratamento adequado.

Portanto, é importante contar com especialistas na área, os quais em sua maioria são neurologistas, que possam avaliar os sintomas e fechar o diagnóstico por meio de alguns testes.

Primeiramente, devem ser analisados os sinais clínicos mais comuns da doença, que são os já citados tremores, rigidez, lentidão dos movimentos e instabilidades posturais. Nesse aspecto, apenas dois desses sintomas já podem sinalizar a doença.

Em caso de suspeita, o próximo passo para a confirmação do diagnóstico é realizar testes de resposta à levodopa, principal medicamento utilizado no tratamento da doença, o qual se transforma em dopamina no cérebro e supre parcialmente a falta do neurotransmissor. Se houver melhora, o médico pode ter a confirmação.

Há ainda exames de imagem que funcionam como complemento para analisar a anatomia e as funções do cérebro. Entre eles, estão a ressonância magnética e a tomografia computadorizada.

Como é realizado o tratamento?

Primeiramente, é importante que se entenda que o Mal de Parkinson não tem cura, mas é possível tratar os sintomas e sinais da doença com uma resposta satisfatória, de forma com que o paciente continue tendo qualidade de vida.

O principal tratamento são os medicamentos à base da substância levodopa, que repõe a dopamina e, por isso, devem ser utilizados durante toda a vida do paciente. Além do uso de remédios, é importante que o indivíduo seja acompanhado por profissionais como terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos e fisioterapeutas.

Apesar de não haver formas de prevenir a doença em indivíduos com a predisposição, há estudos, como os da Harvard Health Letter, que já relacionaram a prática de exercícios físicos a um risco menor de desenvolver a doença com o avançar da idade.

Segundo eles, quem pratica uma atividade física aos 30 e 40 anos de idade, duas ou três décadas antes de normalmente o Mal de Parkinson aparecer, pode ter o risco de desenvolver a doença diminuído em até 30%.