Os primeiros anos de vida são fundamentais para o desenvolvimento de todo indivíduo. Se na fase inicial da infância a criança apresentar sinais de comprometimento na interação social, na comunicação verbal e não-verbal, indícios de comportamento repetitivo ou restrito, pode ser que ela possua Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Como mencionamos, o autismo ou TEA, é um transtorno psiquiátrico que afeta o desenvolvimento das habilidades de comunicação e interação de uma pessoa. Apesar de ser um tema que vem ganhando notoriedade na sociedade, muitas pessoas desconhecem o transtorno e, em alguns casos, sequer sabem que o possuem.

Se interessou pelo assunto? Continue acompanhando o nosso post e entenda o que é o autismo, quais são as causas, os tipos e as formas de tratamento.

Afinal, o que é autismo?

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), como você já pôde ver no início do texto, é um transtorno de desenvolvimento que afeta a comunicação e capacidade de aprendizagem do indivíduo nos primeiros anos de vida.

Os indícios ficam evidentes em crianças com idades entre 1 e 3 anos, podendo ser identificado também nos primeiros meses de vida. Mas a regra não é específica. Em alguns casos, ocorre da criança ter seu desenvolvimento normal e, após alguns anos, regredir no seu desenvolvimento.

Segundo o Manual de Diagnóstico e Estatística dos Transtornos Mentais (DSM-5), o autismo é pertencente a um grupo de doenças que compõem os Transtornos do Espectro Autista, sendo elas:

  • Transtorno autista;
  • Transtorno desintegrativo da infância;
  • Transtorno generalizado do desenvolvimento não-especificado (PDD-NOS);
  • Síndrome de Asperger.

Com base no novo agrupamento, pacientes que possuam autismo em grau leve, Síndrome de Asperger e os demais transtornos, podem ser enquadrados em TEA, pois consiste em uma condição geral de desordens no desenvolvimento do cérebro, seja antes, durante ou após o nascimento.

Causas

As causas do autismo ainda não são conhecidas, mas, de uns anos para cá, a pesquisa sobre o assunto tem se intensificado. Até aonde se sabe, não existe uma causa específica para o surgimento do distúrbio, o que indica que, muito provavelmente, o mesmo se origina de uma junção de diversos fatores.

Segundo a American Medical Association (AMA), as chances de uma criança desenvolver o autismo por meio de herança genética são de 50%, já a outra metade corresponde a fatores externos, como o ambiente em que vive e a criação.

Com essa estimativa, fica claro que os genes são os principais responsáveis nas causas que originam o TEA, podendo ser determinantes no desenvolvimento do cérebro, da comunicação entre os neurônios e, também, na gravidade dos sintomas.

Poluição do ar, infecções causadas por vírus, complicações na gravidez, rubéola, exposição à ambientes com altos índices de poluição, produtos tóxicos, etc., podem ser fatores externos que contribuam para o surgimento do distúrbio.

Sintomas e sinais da doença

Os sinais do autismo surgem, na maioria dos casos, logo no primeiro ano de vida. Por isso, é importante que os pais fiquem atentos aos seguintes sintomas:

  • Apatia;
  • Choro constante e ininterrupto;
  • Ansiedade;
  • Evitar contato visual com a mãe, mesmo durante a amamentação;
  • Agressividade;
  • Não atender a chamados;
  • Resistência a mudanças na rotina;
  • Inquietação;
  • Ausência e/ou dificuldade de habilidades sociais;
  • Dificuldade na fala.

Em sinal da presença desses sintomas, o recomendado é os pais buscarem o auxílio de um especialista para identificar se a criança possui algum tipo de TEA.

Tipos de Autismo

Existem 4 tipos de autismo, com diferentes níveis de gravidade. Sendo eles:

Síndrome de Asperger

A Síndrome de Asperger é considerada um tipo leve de autismo e é bastante comum entre meninos. Nesse caso, o indivíduo apresenta uma inteligência além da média e é natural que, nesse tipo de autismo, o paciente fique obcecado por um objeto ou assunto, passando horas discutindo e pesquisando sobre.

Caso não tenha sido identificada na infância, portadores da síndrome na idade adulta podem apresentar quadros de ansiedade e depressão.

Transtorno Invasivo do Desenvolvimento

Um pouco mais grave que a Síndrome de Asperger, o paciente normalmente apresentará dificuldades na interação social, dificuldade de fala (superior a Síndrome de Asperger e inferior ao Transtorno autista), menor quantidade de ações repetitivas.

Transtorno Autista

Nesse tipo, considerado o autismo “clássico” e mais grave que os dois anteriores, afeta os relacionamentos sociais do paciente, suas habilidades cognitivas e linguísticas, além da presença mais intensa de comportamentos repetitivos.

O diagnóstico pode ser realizado precocemente, já que o distúrbio apresenta sinais até os 3 anos de idade, sendo eles a ausência de contato visual, dificuldade de realizar pedidos usando a fala, comportamentos repetitivos e desenvolvimento tardio da fala.

Transtorno Desintegrativo da Infância

Apesar de não ser tão comum quanto os demais, o Transtorno Desintegrativo da Infância é o tipo de autismo mais grave. Nesse caso, a criança se desenvolve normalmente e, após certo tempo, passa a regredir em suas habilidades linguísticas, sociais e intelectuais, sem conseguir recuperar futuramente.

Níveis

Não bastando os tipos de autismo, existem também três níveis que podem variar a grau gravidade. Sendo eles:

Nível 1

Nesse primeiro estágio as crianças apresentam certa dificuldade para iniciar relações sociais e podem apresentar pouco ou baixo interesse em interagir. Também apresentam problemas na mudança de atividades, no planejamento das ações e de organização.

Nível 2

A partir desse nível, a criança apresenta maior dificuldade nas relações sociais, na comunicação verbal e não verbal. Tendem a ser mais inflexíveis para mudanças, apresentam comportamento repetitivo e maior dificuldade para mudar o foco de ações.

Nível 3

Considerado o mais grave, nesse estágio a criança apresenta dificuldades severas nas interações com outras pessoas e na forma de se comunicar. Possuem uma relutância extrema para as mudanças, tendem a repetir de maneira mais enfática comportamentos e sofrem em demasia para mudar o foco das ações.

Tratamentos

Apesar de não ter cura, o autismo tem tratamento e, caso seja seguido, poderá proporcionar para o paciente melhor qualidade de vida. O atendimento, normalmente, é realizado por uma equipe multidisciplinar, trabalhando de maneira isolada em cada dificuldade do indivíduo.

O tratamento normalmente possui:

  • Acompanhamento com fonoaudiólogos;
  • Ludoterapia;
  • Prática de habilidades sociais;
  • Análise e acompanhamento do comportamento, a fim de amenizar comportamentos nocivos;
  • Uso de medicamentos, não para o autismo em si, mas para diminuir quadros de impulsividade, ansiedade, ataques de raiva, etc.

É fundamental que a criança tenha todo suporte necessário e o acompanhamento com o médico é imprescindível. Caso haja a necessidade, uma boa alternativa de tratamento pode ser realizado por home care, a fim de torna-lo mais natural para a criança em casos mais graves.

O acompanhamento por home care garante que o paciente terá o apoio em tempo integral e, mediante as suas necessidades, por profissionais capacitados para fornecer o tratamento adequado e, no caso de alguma emergência, atender de prontidão.