A gestão de risco em enfermagem é indispensável para a qualidade da assistência prestada. Além de ser uma exigência de diversos programas de certificações e acreditações em saúde.

 Para os profissionais dessa área um simples erro pode significar prejuízos sérios para os pacientes e, consequentemente, para as instituições em que trabalham. Por isso, manter um plano de gerenciamento de riscos é fundamental.

 Para que você possa ter noção da importância do tema, de acordo com o Anuário da Segurança Assistencial Hospitalar no Brasil, em 2017 houve 6 mortes por hora em hospitais públicos e privados. Desse número, mais de 4 poderiam ter sido evitadas.                                                                                                                               

Continue a leitura e descubra quais são os pilares de uma boa gestão de risco em enfermagem e reduza a possibilidade de danos gerados por falhas evitáveis.

 

O que é gestão de risco em enfermagem

De acordo com a resolução - RDC Nº 36, a gestão de riscos é:

 “aplicação sistêmica e contínua de políticas, procedimentos, condutas e recursos na identificação, análise, avaliação, comunicação e controle de riscos e eventos adversos que afetam a segurança, a saúde humana, a integridade profissional, o meio ambiente e a imagem institucional”

 Em resumo, a gestão de risco em enfermagem envolve diversas ações e processos que visam prevenir, identificar, analisar e controlar os eventos que coloquem em risco a segurança dos pacientes e dos próprios profissionais.

 

Quais os pilares da gestão de risco em saúde

Confira abaixo quais são os pilares para alcançar uma boa gestão de risco em saúde:

  Uso eficiente do leito hospitalar

O gerenciamento ineficiente de leitos hospitalares pode gerar resultados indesejáveis relacionados ao atendimento. Além disso, a descontinuidade do atendimento ao paciente após a alta leva a um tempo de internação maior do que o necessário.

 Aumento da segurança assistencial

Existem diversos motivos para as falhas da assistência à saúde, mas todas têm um ponto em comum que está na implementação de princípios de gestão de processos.

 Há basicamente dois tipos de erros. O primeiro é causado por falha no tempo de execução, quando as coisas não acontecem conforme o planejado. O segundo acontece quando o plano utilizado para alcançar os objetivos não foi o mais apropriado.

 Para contornar essa situação e melhorar a qualidade do atendimento, um plano de ação deve ser formulado e controlado para garantir a segurança dos pacientes e o alto padrão dos serviços de saúde.

 

3.       Redução de internações e readmissões evitáveis

A hospitalização excessiva pode ser evitada em casos de cuidados primários.

 Isso porque em diversas condições clínicas é possível resolver a situação através da assistência básica, o que evita a internação.

 As principais causas que ocasionam reinternações são: falta de assistência hospitalar qualificada e eventos adversos no atendimento médico domiciliar.

 É necessário buscar estratégias para diminuir as complicações da hospitalização que ocorrem no domicílio (como infecções relacionadas às falhas no cuidado ou agravamento por erros no acompanhamento ambulatorial ou domiciliar).

 

O papel do enfermeiro na gestão de risco

O enfermeiro é o profissional responsável por direcionar toda a equipe durante a realização das suas atividades.

 É ele quem organiza o setor e cuida para que nada ocorra diferente do planejado, por esse motivo possui papel fundamental na gestão de risco em enfermagem.

 O enfermeiro deve estar sempre atento à dois tipos de riscos. O primeiro são os que não estão relacionados com a saúde e segurança do paciente, tais como: riscos ambientais, ergonômicos, financeiros e jurídicos.

 Já o último e mais importante item da gestão de risco em enfermagem é o clínico. Nele estão inclusos os eventos adversos preveníveis que afetam a saúde do paciente.

 Nesse último tipo é que o enfermeiro mais atua. Sendo assim ele trabalha na identificação, análise, correção e prevenção de riscos clínicos que envolvem:

 ·         Infecções provocadas por falha nos cuidados;

  ·       Danos por atraso ou falha na aplicação da medicação ou realização de procedimentos;

  • Úlcera por pressão;
  • Danos causados pela punção venosa:
  • Lesões ocasionadas por queda;
  • Danos gerados por medicamentos e outros.


  • Como implementar o gerenciamento de risco em instituição hospitalar?

A Resolução - RDC nº 36, de 25 de julho de 2013 institui ações para a promoção da segurança do paciente e a melhoria da qualidade nos serviços de saúde.

 Confira abaixo um resumo com os principais pontos:

  •  Criar um Núcleo de Segurança do Paciente. Instância do serviço de saúde criada para promover e apoiar a implementação de ações voltadas à segurança do paciente.  Confira o passo a passo disponibilizado pelo COREN-SP. A AGEVISA-PB também possui um manual de implantação.

 ·         Estabelecer um Plano de Segurança do Paciente em Serviços de Saúde. Esse é documento que aponta situações de risco e descreve as estratégias e ações definidas pelo serviço de saúde para a gestão de risco visando a prevenção e a mitigação dos incidentes, desde a admissão até a transferência, a alta ou o óbito do paciente no serviço de saúde.

 ·         Monitorar e notificar os eventos adversos - incidente que resulta em dano à saúde.

 


Considerações finais

Para se obter uma boa gestão de risco em enfermagem, o enfermeiro deve exercer suas atividades com sabedoria, implementando políticas e estratégias para alcançar o objetivo.

Além disso, é papel dele orientar e monitorar toda a equipe para garantir um alto padrão no atendimento.

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