O setor hospitalar está, nos últimos anos, entre os setores em que há mais ocorrências de acidentes no trabalho em alguns estados brasileiros.  Sem os cuidados necessários, os hospitais podem vir a ser ambientes até mesmo insalubres para aqueles que permanecem nele, sejam colaboradores ou pacientes.  

A segurança do trabalho em hospitais, portanto, é uma prática que visa a proteção dos profissionais, e consequentemente, a maior qualidade do serviço que eles prestam.

Negligenciar questões de segurança nesse ambiente é estar disposto a colocar vidas em risco, o que é o extremo oposto das premissas de um hospital.

Para elucidar dúvidas sobre o conceito e as práticas de segurança, bem como os riscos de não tomar tais cuidados, elaboramos este artigo que fornecerá as orientações necessárias, caso a segurança e saúde de sua unidade seja de seu interesse, o que temos certeza que é.

Então, continue lendo…


Qual a importância de um programa eficiente de Segurança do Trabalho em hospitais?

A garantia da segurança dos profissionais deve ser prioridade em qualquer setor, sendo uma prática na qual os gestores precisam focar seus esforços.

Um dos pressupostos quanto à qualidade do serviço oferecido é principalmente a qualidade do profissional que o presta, e sua segurança está entre um dos pilares que o tornam um profissional qualificado para exercer sua ocupação.

Isso porque, as atividades hospitalares baseiam-se diariamente em lidar com doenças, infecções, vírus, bactérias e demais agentes nocivos à saúde dos colaboradores, pacientes e acompanhantes.

Um descuido pode gerar a proliferação em massa de doenças contagiosas, por exemplo. Além dessa situação, que por si só já é perigosa, a falta de segurança agrava a situação dos pacientes, que a princípio procuraram o hospital em busca de melhora, nunca o contrário.

Além desses casos, o lixo hospitalar é outro agravante e necessita de cuidados especiais, sendo esse outro caso em que a segurança do trabalho auxiliará, fazendo com que os rejeitos não se tornem mais uma ameaça à preservação de todos que fazem parte desse setor.

Porém, a segurança do trabalho precisa ser adaptada e depende da situação de cada hospital, pois trata-se de um ambiente com diversas especificidades. A generalização, nesse caso, não pode de forma alguma ser colocada em prática em ambientes hospitalares.

Para se ter uma noção da importância em se ter um programa de segurança do trabalho no setor hospitalar, há um conjunto de normas que regulamentam esse setor.


NR-32: a norma que assegura a segurança do trabalho em hospitais

Esse conjunto de normas propõe critérios e instruções básicas no que se refere à segurança do trabalho em hospitais e saúde de profissionais que de alguma forma dão assistência à saúde, como laboratórios de análises clínicas e clínicas odontológicas.

A regulamentação leva em consideração o risco que o ambiente traz à equipe, que vai de 1 a 4. Para se ter uma ideia, os hospitais possuem grau de risco 3.

Por esse motivo, torna-se imprescindível e indispensável, um programa eficiente, que resultará em mais segurança e qualidade no serviço prestado.

Portanto, o ambiente hospitalar é formado pelos seus agentes ativos, passivos e elementos físicos, os quais os profissionais se apropriam para promover o bem-estar, saúde e assegurar a qualidade de vida dos pacientes, sejam quais forem suas queixas e necessidades.

Uma vez que cada hospital possui suas particularidades, um programa de segurança só será eficaz se a equipe responsável for especializada, eficiente e levar em consideração cada hospital em específico. 

Assim, o programa irá analisar quais são as medidas a serem tomadas, baseado nas características do hospital e seus setores. É avaliando cuidadosamente o ambiente, que medidas podem ser tomadas de forma efetiva.

 

Quais são os principais riscos à segurança do trabalho em hospitais?

Devido à complexidade e singularidade das atividades realizadas nesses ambientes, são vários os tipos de riscos à segurança do trabalho em hospitais, aqui estão alguns deles:

 

  • Riscos biológicos: aqueles relacionados à propagação de enfermidades que se dão por vírus, bactérias, parasitas, fungos etc, além do contato com sangue;

 

  • Riscos ergonômicos: o ambiente hospitalar constitui-se de atividades e situações delicadas, que necessitam de atenção, destreza, foco, paciência, que se somados às longas jornadas de trabalho, resultam em problemáticas na saúde dos profissionais, tornando-os facilmente suscetíveis ao desgaste psicológico, além da má postura, movimentos repetitivos etc., ritmo de trabalho intenso e má qualidade do sono;

 

  • Riscos físicos: a radiação é a principal agente causadora dos riscos físicos, o calor ou o frio em excesso de determinados aparelhos e ambientes também são alguns deles, além da umidade inadequada;

 

  • Riscos químicos: referem-se aos produtos utilizados nos hospitais, que muitas vezes são, apesar de necessários, nocivos à saúde e à segurança. Formol, medicamentos fortes, ácidos, gases, reagentes, vapores e demais elementos químicos com alto poder de contaminação;

 

  • Riscos em geral: esses riscos ocorrem por diversos fatores, como instalações inadequadas, falta de manutenção em aparelhos, riscos de explosões, incêndios, áreas escorregadias etc.

 

Agora que você já conhece os riscos provenientes de ambientes hospitalares, precisa saber como fazer para evitá-los.

 

Quais são as melhores práticas para implementação de um programa de segurança do trabalho?

Segundo a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) esclarece no Manual de Segurança no Ambiente Hospitalar, os principais norteadores da segurança do trabalho em hospitais são:

 

 

  • Qualidade: o que significa aplicar os conhecimentos disponíveis de forma efetiva, nos aspectos como a eficácia, acessibilidade, adequação e qualidade técnico-científica;
  • Eficácia: que diz respeito à habilidade no cuidado referente à saúde;
  • Eficiência: habilidade de garantir a qualidade e eficácia, com um mínimo de custo;
  • Efetividade: o nível que está se dando à atenção aos cuidados com a saúde.

 

Para alcançar essas qualidades, é preciso que além do conhecimento das normas regulamentadoras, haja a real implementação delas. E para que sejam devidamente impostas e seguidas à risca, alguns passos devem ser tomados:

 

Mapear e identificar as áreas de risco

Para esse fim, a prática mais recomendada é a contratação de um profissional especializado. Ele irá classificar as áreas que necessitam de cuidados específicos, intervir e orientar os colaboradores sobre as possíveis problemáticas do ambiente.

 

Montar uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA)

A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes é responsável por observar os riscos iminentes e promover formas de prevenção. Também será responsável pela criação de diversos eventos que promovam a saúde e segurança no ambiente de trabalho.

É importante como ferramenta de conscientização para todos os colaboradores, sendo composta por integrantes indicados pelo empregador e membros eleitos pelos trabalhadores.

A comissão tem suporte legal no artigo 163 da Consolidação das Leis do Trabalho e na Norma Regulamentadora nº 5 (NR 5), aprovada pela Portaria nº 08/99.


Implementar a Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (SIPAT)

A SIPAT é uma semana de conscientização e educação para ajudar na prevenção de acidentes de trabalho.

O objetivo do programa é aumentar a conscientização sobre os riscos potenciais no local de trabalho e fornecer treinamento sobre como preveni-los. O evento deve acontecer anualmente e ser organizado pela CIPA em conjunto com o Serviço Especializado em Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT).

Durante a semana, são realizadas atividades envolvendo os colaboradores, e geralmente se concentram em um tema previamente definido. Entre as atividades estão palestras, treinamentos, avaliações médicas e atividades recreativas.


Orientar o uso dos equipamentos de proteção individuais

O especialista em segurança do trabalho irá instruir a equipe do hospital sobre o uso de EPIs, identificando quais são os equipamentos de proteção necessários que irão diminuir muitos dos riscos aos quais esses profissionais são diariamente expostos.

Após isso, é dever da instituição fornecer os itens aos seus colaboradores e cobrar o uso deles. Veja a seguir:


Monitorar o uso de EPI’s e demais medidas de segurança do trabalho

A equipe gestora do hospital, conhecendo o ambiente de trabalho a qual ela coordena e é responsável, deve não apenas garantir a saúde da população que procura seus serviços, mas também se certificar da segurança de seus colaboradores.

Para isso, é preciso garantir a disponibilidade de EPI’s e orientar os líderes de cada setor a cobrar o uso dos mesmos pelas equipes. Isso não só irá proteger a saúde e integridade física do colaborador, mas também evitar processos trabalhistas em caso de acidentes no local de trabalho.

 

 

Partindo desse princípio, o ambiente hospitalar terá como preceito a promoção da saúde desde sua raiz, para além da que ele normalmente prevê. Afinal, o exercício de suas funções apenas poderá manter-se em sua excelência, se houver profissionais em plenas condições físicas e biológicas.  

Atentando-se às normas e demais práticas que foram tratadas neste artigo, os possíveis perigos que o ambiente hospitalar oferece, darão lugar à segurança do trabalho. E em hospitais, essa é uma preocupação que determina a qualidade dos serviços prestados.

Portanto, faz-se necessária a avaliação da postura da equipe gestora em relação a esses cuidados.

 

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